“Diga aí”, André Ribeiro: Trabalho e Finanças em tempos de pandemia.

Trabalho e Finanças em tempos de pandemia.
Por André Ribeiro.
O ano de 2020 nos trouxe uma realidade até então impensável: um inimigo minúsculo, invisível, que atende pelo nome de COVID-19, mudando radicalmente a ordem social no mundo. Os cumprimentos até então afetuosos e calorosos, especialmente por nós integrantes da cultura luso-ibérica dos nossos colonizadores, adeptos a um contato mais firme e sincero, deram lugar a gestos distantes e manifestação de afeto apenas com o uso das ferramentas tecnológicas, hoje a grande aliada do convívio social e do trabalho em home-office.
E essa nova ordem social trouxe impacto direto nas relações sociais e econômicas de todos. A China, que até então era uma locomotiva em termos econômicos, deu lugar a um tombo de mais de 6% do PIB no primeiro trimestre de 2020. Estudos econômicos apontam um efeito devastador na economia mundial, comparável a depressão ocorrida em 1929. Com isso, é sabido por todos que haverá um impacto financeiro imenso na economia das organizações, quer sejam públicas ou privadas, e também na vida das pessoas.
Especialmente nós, servidores públicos, vistos enquanto uma casta de privilegiados por uma parcela significativa da sociedade, sendo objeto de ataques de todos os setores sociais, temos que cumprir o nosso dever com zelo, dignidade e responsabilidade, a fim de demonstrar a todos a importância do nosso trabalho e, principalmente, que o serviço público e os servidores existem para atender ao seu principal interessado: a sociedade.
E falando nisso, levando-se em conta que o processo de retração econômica deverá impactar diretamente a arrecadação dos entes públicos, fontes da nossa subsistência, devemos nos preparar para um momento delicado na gestão pública, de queda de arrecadação e comprometimento de muitas obrigações até então assumidas pela classe política, pois os recursos econômicos não são infinitos. É importante ressaltar ainda que, de acordo com a legislação e a doutrina na área de finanças públicas, na ordem de prioridades na aplicação de recursos públicos está em primeiro lugar o pagamento dos salários e encargos dos integrantes da administração pública, ou seja, de nós servidores públicos.
Falando um pouco de gestão financeira pessoal, podemos elencar formas de avaliação para quem encontra-se em dificuldades financeiras e quer tratar esse problema:
  • Faça uma planilha com a relação de todos os seus débitos, partindo prioritariamente das despesas essenciais, e depois para as menos essenciais;
  • Avalie o quanto você ganha por mês e quais são as despesas que não podem deixar de ser pagas;
  • Negocie com seus credores o parcelamento, ou o adiamento das dívidas menos essenciais para que você tenha o fôlego financeiro para passar esse momento;
  • Tenha a disciplina necessária para cumprir o estabelecido. Neste momento é até mais fácil, considerando que estamos menos sujeitos às despesas supérfluas.
E a última dica: “tenha fé em Deus e tenha fé na vida”, já dizia Raul Seixas.
Para os colegas, André deixa a seguinte mensagem: “É crer em dias melhores e que as coisas tendem a melhorar, após momentos de dificuldades. O legado deste momento de dificuldade que nós estamos passando será a lição aprendida ao passar por todo este processo“.
André Luis Sant’Ana Ribeiro
André tem 38 anos, e é Mestrando em Ciências Contábeis pela Universidade Federal da Bahia. Especialista em Auditoria Fisco-Contábil pelo Centro de Pesquisas e Pós Graduação da Fundação Visconde de Cairu – CEPPEV. Bacharel em Ciências Contábeis pela Fundação Visconde de Cairu – FVC. Analista Técnico em Contabilidade e Diretor de Contabilidade e Finanças do Ministério Público do Estado da Bahia – MP/BA. Foi Diretor de Programação e Gestão Orçamentária do MP-BA. Coordenador do Comitê de Políticas de Gestão Orçamentária do Conselho Nacional do Ministério Público. Representante do MP/BA na Câmara Técnica de Normas Contábeis e Demonstrativos Fiscais da Federação – CTCONF da Secretaria do Tesouro Nacional – STN. Representante do MP/BA na Rede SICONV/Plataforma Mais Brasil. Membro do Comitê Gestor do Portal Transparência do MP/BA. Ex-Professor Substituto da UFBA. Professor Convidado da FVC e da Universidade Católica do Salvador – UCSAL.

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